Carnaval: Roger Ney justifica voto contra o relatório




A falta de tempo regimental impediu que o líder do Governo, vereador Roger Ney (PP), levasse ao conhecimento público as distorções que apurou no relatório elaborado  pela Comissão Especial do Legislativo, que fez o levantamento, durante 60 dias, de possíveis irregularidades em relação ao Carnaval 2011.
 
          Na sessão de ontem da Câmara, após leitura da íntegra do relatório, Roger Ney pediu que lhe fosse concedido maior tempo para argumentar e justificar seu voto contrário ao encaminhamento da documentação ao Ministério Público. O plenário, no entanto, limitou as manifestações do líder do Governo a apenas cinco minutos, como dispõe o Regimento Interno da Casa.
 
       Em cinco minutos, Roger Ney registrou sua indignação, frisando que o Legislativo comete um erro ao enviar a matéria à esfera do Judiciário. "O que a Promotoria vai dizer dos vereadores? Esse tipo de ação gera descrédito na classe política."
 
       O vereador teve tempo apenas para contestar um dos itens do relatório, que afirma que a Secult pagou ao sr. Leonardo Santos Lages, no período de Carnaval, vários empenhos, "sem clareza sobre os serviços prestados por este sr., cuja filiação partidária é na mesma agremiação do vice-prefeito Fabrício Tavares." Para Roger Ney, a conotação evidencia duvidosa intenção, demonstrando que, uma vez que é feita relação entre o vice-prefeito, do PTB, e o empresário do mesmo partido (filiado ao Diretório de Turuçu), a isenção do relatório fica comprometida, transparecendo a tendência política.
 
       Leonardo Lages foi citado no relatório como se tivesse recebido os seguintes empenhos: E000360, de R$ 1.800,00, referente ao evento Garota e Musa Verão 2011 (pago a Lindsei Leonardo da Silva); E000408, de R$ 1.480,00, referente a material da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes (pago a João Carlos Pires da Rosa); e E002379, de R$ 120,00 (no relatório R$ 3.300,00), confecção de carimbos (pago a Luís Carlos Silva dos Anjos). "Foi imputado a Leonardo o recebimento de valores pagos a terceiros, que não estavam  relacionados com o Carnaval", enfatizou o vereador.
 
      Roger Ney esclareceu que a empresa de Leonardo dos Santos Lages prestou serviços e recebeu  os seguintes empenhos: E008781 - R$ 1.000,00 - 29º aniversário do Museu da Baronesa; E003091 - R$ 6.900,00 - Grito  Rock Pelotas, no Quadrado das Doquinhas; e E006803 - R$ 300,00 - Seminário Procultura. "Estes dados provam que os empenhos apontados no relatório do Carnaval nem sequer têm ligação com o evento".
 
          "Acredito que o relator da Comissão, vereador Adalim Medeiros, homem público idôneo, com numerosos mandatos nesta Casa, tenha sido induzido ao erro, sugerindo o encaminhamento deste relatório para a Promotoria. Eu voto contra, e estou convicto de que estou certo. A documentação comprova que os valores não conferem. Temos a responsabilidade de zelar pela correção. O relatório não é verdadeiro", afirmou Roger Ney, lamentando que, em cinco minutos apenas, não se torne possível argumentar sobre todas as distorções do relatório.
 
           A matéria colocada em votação foi aprovada. O relatório e a documentação serão entregues pela Câmara ao Ministério Público.
       

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