Grupos disputam apoio de Ana Amélia para chefiar PP / RS

12 de agosto de 2011 - FONTE: ZERO HORA

TROCA DE COMANDO

Grupos disputam apoio de Ana Amélia para chefiar PP

Pedido de licença de Pedro Bertolucci abriu corrida para controlar um dos maiores partidos do RS

O vácuo no comando estadual do PP, partido com maior número de prefeitos no Estado, suscita inquietação nos bastidores pela busca de poder na sigla. Enfraquecido pelas suspeitas de irregularidades no Natal Luz, Pedro Bertolucci licenciou-se da presidência e perdeu o favoritismo para reeleger-se em outubro. Ele tinha a simpatia da senadora Ana Amélia Lemos – uma bênção que virou o principal alvo de disputa entre os grupos do PP.

O controle do partido é fundamental para coordenar os movimentos da sigla nas eleições municipais de 2012 e na disputa pelo Piratini em 2014. Será presidente da legenda quem Ana Amélia apoiar, esta é a convicção entre os líderes da sigla. Não apenas porque ela é dona do mais importante mandato do partido. Mas também porque, graças a ela, a legenda ampliou a votação em municípios dominados por adversários e, o principal, é unânime a disposição em lançá-la candidata ao governo.

– Ninguém é louco de bater contra Ana Amélia. Pedro Bertolucci estava com a reeleição garantida antes da denúncia do Ministério Público, e nós seríamos obrigados a aguentá-lo de novo – diz um deputado da sigla.

Bertolucci é um dos alvos de uma ação por improbidade administrativa por ter, como prefeito de Gramado, liberado verba de forma supostamente irregular para o Natal Luz.

Embora tivesse o apoio da senadora, Bertolucci sempre sofreu resistência nas bancadas estadual e federal. Era acusado de centralizar demais e de pouco ouvir os parlamentares. Por outro lado, foi fundamental para alavancar Ana Amélia ao posto de estrela do PP, decretando a disputa pelo Senado como prioridade em 2010.

Ana Amélia costumava dizer, entre colegas de partido, que “em casamento que vai bem, não se mexe”, mas mudou de discurso após as suspeitas que recaíram sobre o presidente. Agora, ela avalia que Bertolucci poderia ter se licenciado no dia da denúncia, 29 de julho, e não 11 dias depois.

Abriu-se, assim, a corrida pelo apoio da senadora. Celso Bernardi, que assumiu interinamente a presidência, é o favorito. Em respeito a Bertolucci, não assume o interesse – mas colegas garantem que ele quer, sim.

– Jair Soares seria o nome ideal. Bernardi sempre foi um homem de bem, mas é a oportunidade de aproveitarmos alguém respeitado como estadista – defende o líder da bancada na Assembleia, João Fischer.

Jair diz que só aceitaria candidatar-se caso houvesse um consenso em torno de seu nome – embora negue, líderes do PP garantem que o ex-governador vem se articulando para conquistar aliados, inclusive Ana Amélia. Quem corre por fora é a chamada “nova guarda”, liderada pelo deputado federal Jerônimo Goergen. O pré-candidato do grupo é Marcus Vinícius de Almeida, prefeito de Sentinela do Sul.

– Está todo mundo correndo. Mas Ana Amélia vai preferir alguém mais discreto, não um garoto – diz um aliado de Goergen.

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