Audiência Pública: Pelotas quer avançar no desenvolvimento industrial
Fiergs, Cipel, Poder Público, políticos, empresários e comunidade foram unânimes em manifestações de que Pelotas tem que buscar, rapidamente, adequações necessárias para recepcionar empreendimentos industriais que estão com os olhos voltados para o Município.
Essa posição foi apresentada e amplamente discutida no plenário do Poder Legislativo, em Audiência Pública realizada na tarde de ontem (29/3), promovida pelo líder do Governo e da Bancada do PP, vereador Roger Ney, para aprofundar debates sobre Distrito Industrial em Pelotas.
Para Roger Ney, além da atenção e de políticas públicas voltadas à captação de grandes empreendimentos, há necessidade de atender pequenos investidores, disponibilizando áreas para que se estabeleçam e promovam empregos e renda.
O assessor especial da Área de Emprego e Desenvolvimento do Poder Executivo, Carlos Mário Almeida dos Santos, salientou a necessidade de aprofundamento das discussões e tratativas para dotar Pelotas, a curto prazo, de um Distrito Industrial Público, diante da evolução do município de Rio Grande no setor secundário da economia.
"A indústria naval mobiliza, e Pelotas, aparentemente, está vocacionada para receber empresas sistemistas do polo naval."
Carlos Mário reportou-se à alternativa de PPPs (Parcerias Público Privadas), para utilização de áreas particulares, à urgente necessidade de construção de um centro de logística (porto seco) à margem do eixo rodoviário, e concentração de esforços para que investimentos encontrem lugar no Município, para que a economia dê resposta aos pelotenses e não se alicerce no princípio da regionalização.
O ex-prefeito e ex-deputado federal Irajá Andara Rodrigues apresentou sua tese de que o novo Distrito Industrial de Pelotas deve ser sediado à beira do Canal São Gonçalo, a partir das obras de dragagem e aproveitamento do material retirado do fundo do canal para elevar o nível das terras que margeiam o leito. "Os investidores procuram terras molhadas".
Irajá assegurou que o transporte rodoviário é mais caro e arriscado. 'É preciso reformular a matriz de transporte", disse, considerando esse aspecto um importante componente para o desenvolvimento e a expansão industrial. O ex-prefeito afirmou não aceitar que Pelotas torne-se uma cidade-dormitório de Rio Grande e de São José do Norte.
O gerente da Gerência Técnica do Sistema Fiergs, indicado como palestrante pelo Centro das Indústrias de Pelotas, Paulo Sérgio Dias, prestou esclarecimentos sobre o trabalho da Federação e assegurou que o polo naval é para todos os gaúcho, não tendo o domínio exclusivo de Rio Grande.
Paulo Sérgio Dias, que veio de Porto Alegre exclusivamente para prestigiar a Audiência Pública proposta pelo vereador Roger Ney, comentou que a Fiergs dispõe de resultados de estudos e consultoria para orientar o empresariado sobre as potencialidades dos municípios e regiões do estado.
"Pelotas, no mínimo, tem que estar à mesa dos empreendimentos que estão olhando para o Rio Grande do Sul", afirmou, comentando que é preciso estar preparada para receber, oferecendo estradas, acessos, energia, telefonia, água, e todas as demais condições indispensáveis à fixação e funcionamento de uma indústria. Salientou, também, que há necessidade de revisão urgente nos critérios (valores) dos licenciamentos ambientais.
O representante regional da Fiergs, Vitório Ardizzone, lançou a ideia da criação de colônias industriais, para as quais não são necessárias grandes áreas. "O tempo anda e as decisões do Poder Público são lentas. A iniciativa privada toma decisões aceleradas e é preciso um novo regramento, novas condições e estímulo para atrair investimentos".
O vereador Roger Ney pretende, a curto prazo, promover nova reunião para retomar o tema Distrito Industrial, com a finalidade de ampliar ainda mais os debates entre Poder Público, classe política, entidades, comunidade e empresários.
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