Audiência Pública marca Dia Municipal de Mobilização para Doação de Medula Óssea
Publicado 16/12/2009 13:20
Audiência Pública, no plenário da Câmara, marcou o Dia Municipal de Mobilização para Doação de Medula Óssea - 14 de dezembro, instituído pelo vereador Eduardo Macluf, pela Lei 5.597/2009. O vereador, abrindo a Audiência, disse que seu objetivo, ao elaborar a Lei que instituiu o Dia Municipal de Mobilização para Doação de Medula Óssea, foi o de compartilhar com a missão daqueles que buscam viabilizar o transplante para pacientes que não possuem doadores compatíveis em suas famílias e que dependem de um simples gesto de solidariedade da sociedade para salvar vidas.
Ocuparam lugares na Mesa dos trabalhos da Audiência o vereador proponente Eduardo Macluf, o vereador Ivan Duarte como secretário, Heloísa Silva representando o Hemocentro Regional de Pelotas, Francisco de Assis, pela Associação Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), e José Paladini (Catarina) representando o deputado federal Beto Albuquerque. Entre o público, destacaram-se estudantes de Enfermagem, além do presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Milton Martins.
Macluf informou que "assim como diversos segmentos que já estão mobilizados nesse processo, o Legislativo torna efetiva e oficial a sua participação na Semana Nacional de Doação de Medula Óssea."
O vereador, na sua manifestação, disse que entrou nesta jornada movido pela comoção. "Um amigo, um bom amigo, teve a triste perda de um filho, jovem, vitimado por leucemia, sem ter conseguido a graça de encontrar um doador compatível para transplante."
Esta afirmação do vereador referiu-se ao deputado Beto Albuquerque, cujo filho, Pietro, faleceu no início deste ano. Albuquerque, então, criou a Lei que instituiu a Semana Nacional de Mobilização de Doação de Medula Óssea, com objetivo de divulgar e conscientizar a população da importância da doação voluntária, aumentando o número de doadores no Registro Nacional, mantendo-os informados e comprometidos com o programa.
"Estou certo de que todos aqui presentes são parceiros para estimular o recrutamento de doadores e estarão juntos em campanhas com este propósito, passando adiante informações sobre o ato de doar", enfatizou Macluf.
O vereador comentou que a mídia tem oferecido importante colaboração, inserindo em sua programação, inclusive a TV Câmara, a divulgação da importância do ato de doar, como chance aos pacientes de leucemia e outros males do sangue. "O ato solidário tem reflexos incalculáveis. Quem recebe a medula óssea sadia continuará vivendo, trabalhando, compartilhando o cotidiano com a família e amigos. Por outro lado, quem doa passa a entender a plenitude do significado da palavra SERVIR".
Macluf informou que desenvolveu jornadas de trabalho junto ao Hemocentro, com receptividade. O Exército, através dos comandantes da 8ª BIMtz, general Miotto, e do 9º BIMtz, tenente-coronel Márcio Mello, apresentou suas corporações como voluntárias à coleta de amostras.
PARA SER DOADOR
Para alertar a sociedade sobre a necessidade e a simplicidade do processo de doação, diante do quadro que revela que a possibilidade de encontrar uma medula óssea compatível é de uma em cem mil, Macluf discorreu sobre o que é preciso para se tornar um doador.
A partir da idade entre 18 e 55 anos e estar em boas condições de saúde, é necessário procurar local autorizado para cadastro de doadores de medula óssea e colher sangue para tipagem. Quando aparecer um paciente compatível, o doador será chamado e novos testes sanguíneos serão necessários para confirmação. Confirmada a compatibilidade, o doador é novamente consultado sobre sua intenção de doar, tendo seu estado de saúde reavaliado.
A doação é feita através de pequena intervenção, na qual são realizadas punções com agulhas, nos ossos posteriores da bacia, para aspiração da medula. O volume retirado não causa nenhum transtorno à saúde do doador. O procedimento é feito com anestesia, mas não há necessidade de internação hospitalar.
ADOTE E HEMOCENTRO
O representante da Adote, Francisco de Assis, projetou slides sobre as estatísticas das doações no Brasil e Rio Grande do Sul, comentando que no Redome (Registro Nacional de Doadores), há mais de um milhão de inscritos. Porém, para efetivação dos transplantes, faltam profissionais e estrutura hospitalar. "Não faltam doadores; faltam doações."
Pesquisa aponta que 64% da população brasileira é a favor da doação de órgãos e tecidos e 28% não têm intenção de doar. Francisco de Assis atribuiu as grandes listas de esperas à falta de praticidade para transplantes, ressaltando a necessidade de serem desenvolvidas ações educacionais e ajustes na legislação sobre diagnóstico de morte encefálica. Disse, ainda, que as comissões intra-hospitalares não são reconhecidas nem profissionalizadas. "Quando começam a ser reconhecidas, as coisas mudam", salientou, exemplificando com a Santa Casa.
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